A alma, a vida, o ser, se manifestam pela sensação. Quando a sensação desaparece, não há mais vida – a alma abandonou o corpo.
Toda a agitação, o orgulho e a vaidade, o fluxo de pensamentos ininterrupto, o acreditar que temos um Eu, que possuímos uma Vontade, enfim, o nosso agir natural, jamais nos levou a nada. O gesto natural de voltar a atenção para o corpo, para a sensação é a porta que se abre para a alma, para o encontro consigo mesmo.
É preciso ser sincero e admitir que chegamos a nada, que somos inúteis e medíocres. A calma e a paz se constroem com o real, e o real está dentro, na mais genuína manifestação da vida – a sensação.
Não é por acaso que a porta de entrada para a ação, o pensamento e a emoção deve ser sobre uma base real, a sensação. O corpo físico é a base sobre a qual apoiar com segurança as outras funções por desenvolver: o corpo desorganizado de emoções e de pensamento.
Os movimentos, as ações que partem de um corpo tenso, insensível, são imprecisos, inconscientes, indecisos, impulsivos. Um corpo assim não é uma base adequada para nada.
Assim como os animais, os mamíferos tem como acessar a sua memória através do olfato, o Homem o faz através da sensação, da Alma, que reúne tudo num todo coerente.
Reserve um momento para a sensação, para voltar a atenção para seu corpo. É um começo seguro para tudo.