Dando continuidade ao tema tratado à pouco, como um exemplo relevante de como essa questão foi tratada entre os Essênios, precursores do Mashiakh Yaohushua (Jesus) vem abordar a questão sob um outro ângulo, pouco tratado em nossa época. Deve-se lembrar que os Essênios, assim como os Nazarenos, banhava-se todas as manhãs e em várias outras ocasiões – por exemplo, sempre antes de cada refeição. O Código Essênio da Vida de Flávio Josefus traz essa questão assim:
“O Fundamento Natural da Limpeza
Josefus – Por que está a limpeza incluída entre as virtudes naturais?
Banus – Porque é, em realidade, uma das mais importantes entre elas, por conta de sua influência poderosa sobre a saúde e a preservação do corpo. A limpeza, tanto quanto na vestimenta e na residência, como no alimento, evita os efeitos perniciosos da umidade, odores nocivos e exalações contagiosas, procedentes de todas as coisas abandonadas à putrefação. A limpeza mantém a transpiração livre, renova o ar, refresca o corpo, inclina ainda a mente para a alegria. Disto deriva que as pessoas atentas à limpeza de seus corpos e residências são, em geral, mais saudáveis e menos sujeitas à doença do que as que vivem na imundície e na degradação; e é, além disso, notado que a limpeza abriga, através de todos os ramos da administração doméstica, hábitos de ordem e arranjo que são os principais meios e primeiros elementos da felicidade.
Josefus – Imundície ou sujeira são, então, vício segundo a lei cósmica e natural?
Banus – Sim, tão real como a embriagues, ou como a preguiça, das quais em grande medida derivam. A sujeira é a segunda causa, e frequentemente a primeira, de muitos inconvenientes e ainda de horríveis desordens; é fato em medicina que ela traz a sarna, a escrófula, a lepra, tanto quanto o uso de elementos azedos e contaminados; que ela favorece a influência contagiosa da praga e febres malignas, que predispõe a reumatismos, por incrustar a pele com sujeira, e daí impedindo a transpiração; sem mencionar a vergonhosa inconveniência de ser devorado por vermes – o louco acréscimo da miséria e da depravação. A maior parte dos antigos legisladores, portanto, consideravam a limpeza, que eles chamavam pureza, como um dos mais essenciais dogmas de suas religiões. Foi por esta razão que eles expulsavam da sociedade, e ainda puniam corporalmente, aqueles que estavam infectados por enfermidades produzidas pela falta de asseio; que eles instituíram e consagraram cerimônias de abluções, batismos, e de purificações, ainda que por meio de fumos aromáticos de incenso e mirra, etc.; assim ocorreu que todo o sistema concernente àqueles ritos de coisas puras e impuras, degenerado dali em abusos e preconceitos, foi originalmente fundado somente na observação judiciosa que homens cultos e sábios haviam feito da extrema influência que a limpeza no alimento, vestuário e habitação exerce sobre a saúde do corpo; e por consequência imediata, sobre a saúde da mente e das faculdades morais. Assim, todas as virtudes individuais têm por objetivo, mais ou menos direto, mais ou menos próximo, a preservação do homem que as pratica; e pela preservação de cada homem, elas conduzem à preservação das famílias e da sociedade, que são compostas da soma dos indivíduos”.