Todo o drama da humanidade e o pessoal está condicionado a saúde, àquelas condições necessárias que permitem uma pessoa agir, pensar, sentir com o máximo de seu potencial e perfeição. Uma pessoa limitada, intoxicada, perturbada, cheia de dores, sob o efeito de medicamentos, mutilada, não está de posse das condições básicas para qualquer coisa na vida.
Para começar precisamos responder a questão fundamental: o que é a doença?
A “ciência” oficial da saúde é uma superestrutura apoiada sobre nada quando estudamos como ela vê a natureza da doença.
Para essa abordagem, a doença tem sido vista como uma entidade positiva e organizada que ataca o corpo, principalmente, de fora.
Aparentemente, avançou-se muito em relação a situação em que viveram nossos ancestrais na cura, entendimento e prevenção dos males que afligem a saúde. O pensamento mágico e o sobrenatural e, o ainda estado de culpa, de pecado e merecimento da punição divina dominava todos seus pensamentos e decisões nas questões de má saúde.
De toda forma, eles estavam desamparados e desarmados. Mesmo que a superstição e seus métodos bizarros tenham quase desaparecido, ainda estão vivos. O monstro imaginário, a doença, está mais vivo e forte do que nunca. Somado a essa velha e supersticiosa crença os assim chamados “remédios”, imaginado possuírem virtudes curativas, têm sido empregados para combater, expelir e matá-las.
A essência de todo o processo está na “fé” que o paciente tem seja nos atos mágicos, orações ou na própria natureza dos remédios. A procura por curas, por soluções é continua – todos os dias novos remédios são apresentados enquanto os anteriores, tidos como a solução final, abandonados.
A origem de tudo isso está no imaginário popular e dos doutores que a doença seria uma “coisa”, uma entidade maligna, destruindo o paciente como um verme que devora a raiz de um arbusto e, portanto, a doença, essa entidade do mal, precisa ser combatida, eliminada. Consequentemente, todo o procedimento se constitui em métodos para curar atacando essa suposta coisa (inteligente, viva).
A consequência desse pensar supersticioso é, que não importa se se crê na magia ou na ciência, pensa-se que alguma coisa preparada e além das virtudes naturais e fisiológicas, fora do corpo, precisa ser empregada com o propósito de curar a doença.
Uma ciência da vida e da saúde que parte de uma tal crença supersticiosa termina por construir um complexo e confuso e mal estruturado edifício de teorias e procedimentos que não só impedem o progresso da ciência, mas arriscam de provocar desgraças e danos em série – e é isso que temos assistido.
Toda a interferência no processo da assim chamada doença impede que se conheça verdadeiramente a sua natureza. Portanto, os doutores nada sabem da real natureza da doença, mas o que observam é a sua própria desastrada interferência no processo.
A definição da doença como um afastamento do “normal” só teria algum valor se essa “ciência” soubesse o que é o normal, ou ideal, ou evoluído.
Os fenômenos classificados como saúde e doença finalmente procedem inteiramente do sistema vivo.
Saúde e doença não são eles próprios entidades extra-corpo. Sabemos que saúde e doença mudam sob condições que variam, tanto quanto a nossa natureza sofre as influências dessas condições.
Finalmente, aquilo ao que chamam de “doença” e lhe classificam como uma das milhares entidades com nomes e características, é uma luta vital (fisiológica) para remover substâncias tóxicas, ofensivas e reparar danos.
Nesse sentido, a sua “doença” faz parte de um processo natural de correção fisiológica de seu organismo. Interromper esse processo com drogas e procedimentos impede a auto-cura e confunde totalmente a natureza do sintoma.
Nos interessa não só devolver a saúde e mantê-la, mas de garantir ao homem aquelas condições essenciais e necessárias para o desenvolvimento harmônico do homem – o que é virtualmente impossível em pessoas com má saúde e, portanto, também, naquelas em que os sintomas foram suprimidos por drogas químicas e outros procedimentos artificiais. Nessas condições alteradas, uma pessoa não pode, dado seu estado, compreender o necessário sobre si mesma e o universo.