“Paradoxo”
Se fala a nível do materialismo científico de que o homem usaria uma pequena parte de seu cérebro. Assim, que se soubesse como desenvolver-se “cerebralmente” ficaria mais capacitado.
Claro que a “ciência” não faz a mínima ideia do que é o homem e de onde poderia chegar.
Não! Desculpas! Essa abordagem diz que sabe sim! Afirma que o universo veio do nada, que há abiogênese, que somos descendentes de uma ameba e que tudo é obra do acaso.
Qual seria o paradoxo?
O que parece contrariar o senso comum? Exatamente que as funções psíquicas produzem meias verdades quando apoiadas nos sentidos. Tornou-se hegemônica a ideia de que a abordagem científica é a única digna de respeito, a única que levaria a verdade.
Obviamente que aquilo que produzimos limitados pelos sentidos, e assim, a mente derivada deles, tem função prática para a sobrevivência e o conforto, mas é limitada e inadequada para questões mais internas e elevadas. É certo que a maioria das pessoas está bem satisfeita com as suas limitações e com o mundo “civilizado” que a cerca. Nenhum problema com isso.
O paradoxo é que o inferior não pode ver/compreender o superior. Mais ainda, da mesma forma que um animal não pode entender as razões de nosso agir, porque está limitada a sua mente animal, também é impossível avançar e dar um salto de nível – que é necessário à real evolução – se continuamos usando os instrumentos inadequados.
A psiquê derivada dos sentidos é útil para ações de sobrevivência e só. Para se dar conta dessas limitações e para supera-las é necessário, no mínimo, estar no limiar do mundo material e do invisível. Os conceitos produzidos pela mente lógica são úteis e ao mesmo tempo, uma prisão. Não se pode questionar que somente as máquinas evoluíram e que o homem continua se comportando como um bárbaro como sempre a história registrou.
O paradoxal é que vivemos em um mundo de aparências que julgamos real com os nossos sentidos e mente limitada, os quais nos apresentam uma realidade distorcida, e é isso que a ciência materialista afirma – o mundo que percebemos não é o mundo real!
Na prática, é mais cômodo continuar com a nossa limitada percepção do tempo e da matéria – a nossa prisão! O esforço para ver além disso é sutil, refinado e exige um questionamento integral de todas as nossas crenças e conceitos. As certezas sobre as quais nos apoiamos precisam ser abaladas, questionadas.